domingo, 20 de março de 2011


O encontro

                Estava ancião sentado em um banco de praça. Trazia consigo duas varetas nas mãos, e  esfregando uma na  outra, vendo sair algumas faíscas e fumaça.
É um corpo fálico, barba comprida, roupas velhas, sujas aos farrapos. Ao exalar um cheiro fétido, ninguém se aproxima, e os poucos que passam ali por perto tampam suas narinas, com um franzir de sombracelha.
                Por ali vem passando um menino, que tem um minigame, que distraído com o jogo se perdeu da mãe, senta ao lado do velho. Os dois estão tão distraídos que nem notam a presença um do outro.
                Incrível, as nuvens carregadas escondem os raios do Sol, e começa a chover. As varetas molhadas e o brinquedo eletrônico estragado. E os dois estão ali sentados, o velho vê o menino emburrado, que tem os braços cruzados ao peito.
                Para de chover, e os dois encharcados estão ali, o menino com medo do homem senta-se na outra extremidade do banco e fica com os seus olhos atentos, procurando a sua mãe e seus pés balançam, pra frente e pra traz, alternados.
                O velho, com as mãos a frente com os dedos entrelaçados fica de cabeça baixa, sem saber o q fazer. Diante de sua impotência, os dois começam a chorar o menino por que quer a sua mãe e o velho, passou toda a sua vida esfregando duas varetas para fazer fogo.
                Com a noite chegando, os dois começam a conversar:
                - Menino, onde esta a sua mãe?
                - Não sei moço. E a sua onde esta? – disse o menino.
                -Faz muito, que a não tenho. Perdi-me dela e de toda a minha família, pelo simples fato de eu querer provar que seria possível fazer fogo esfregando essas duas varetas, que agora estão molhadas, quando estava quase conseguindo a chuva veio e acabou com tudo. – respondeu o ancião.
                O menino já tentando ligar o seu brinquedo e sem conseguir, lança-o ao chão e começa a resmungar:
                -Eu tava com a minha mãe, e comecei a jogar,quando eu olhei já tinha me perdido dela, foi onde decidi me sentar aqui, continuei a jogar e estava quase ganhando a chuva veio e estragou meu brinquedo.
                Duas vidas isoladas em um banco de uma praça. Os anos separam o que a situação uniu com a ação.
                Os dois até hoje estão sentados no banco esperando, que alguém se lembre deles e os vai lá buscá-los na praça.
                Muitas vezes nôs concentramos em apenas aos nossos ideais, e não percebemos os acontecimentos ao nosso redor, e quando seu castelo de cartas vem ao chão você não tem pra onde ir. Inerte, fica paralisado sem saber o que fazer, esperando que alguém lhe tire dessa solidão.

quinta-feira, 3 de março de 2011



                                                                    Roda de amigos
                 Somos amigos, em uma praça, falando sobre a vida, lembrança de instantes
                Entre petiscos e cerveja, outros refrigerantes
                No passado, tramas de rebeldia contra civis, contra repressão de ditadura
                Escondidos, disfarçados, e amostra sua loucura.
                Muitas proibições,a guerra que não dá lugar a ternura,
                Um sair de casa, com esperança de retorno,sem sim e com muitos nãos
                Jovens com a liberdade em sua mente,conquistas em suas mãos
                Como conquistar um país,ditador?
                Como vencer uma guerra sem morte e dor?
                Será que um dia irei ver meu amor?
                Hoje, roda de amigos, a cerveja gelada e petiscos de carne duvidosa
                Assuntos avulsos sem nenhum objetivo, rompendo a noite ociosa
                Jovens, encarnados na atualidade em busca de seu desejo mais antigo
                Podemos ter tudo, mas vai continuar sempre faltando algo,mesmo se estiver contigo
                A Liberdade!
                Roda de amigos em algum lugar, planejam de modo diferente de ser feliz de verdade.